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domingo, 8 de março de 2009

Manifesto da CONLUTAS sobre o 8 de MARÇO




Mulheres em luta para que os ricos pagume pela crise
A conjuntura que se coloca hoje diante da classe trabalhadora, particularmente das mulheres trabalhadoras é bastante preocupante e tem trazido sérias consequências para as nossas vidas.
A evolução da crise econômica internacional confirma a hipótese de que pode realmente se transformar em uma depressão. E os governos não têm tomado outra medida a não ser aprovar pacotes bilionários de salvação de empresas e bancos, sem se preocupar com a miséria e o desemprego de nossa classe, que vem como consequência imediata.
No Brasil com o governo Lula, até agora, já foram dados ou anunciados trezentos bilhões para empresas, cento e sessenta bilhões para os bancos, oito bilhões para as montadoras de automóveis e cento e trinta bilhões do BNDES para grandes empresas. Diante do agravamento da crise, o governo anuncia quase que diariamente novas medidas para ajudar bancos e empresas. Além da liberação do compulsório para bancos, o governo também concede novas linhas bilionárias de financiamento para empresas. E enquanto isso os patrões impõem aos trabalhadores o desemprego e a redução de jornada com redução de salários, ao mesmo tempo em que o governo discute a possibilidade de o trabalhador sacar parte de seu Fundo de Garantia parar compensar uma eventual redução salarial. E já anunciou o corte de 32,7 bilhões no orçamento de 2009.
Para os patrões tudo, para as trabalhadoras e trabalhadores nada. Essa tem sido a política dos governos para “combater” a crise. Enquanto que a política de centrais sindicais como CUT, CTB e Força Sindical é negociar a entrega dos direitos e dos empregos da classe.
Nesse cenário, os setores oprimidos da classe trabalhadora são os que primeiro sofrem os efeitos da crise. No caso das mulheres, que já sofrem com o machismo e a exploração, com a dupla jornada, com salários inferiores, com a violência doméstica e muitos outros sofrimentos decorrentes da opressão machista e da exploração capitalista, com a crise são as primeiras a perderem seus empregos, pois na sua maioria já contam com contratos temporários, empregos precarizados e por serem uma mão de obra vista pelo capitalismo como inferior, algo que se reflete na desigualdade salarial.
O desemprego entre as mulheres já era maior mesmo antes da crise ser anunciada, com seu agravamento, aumenta a dependência econômica das mulheres em relação aos homens, o que aumenta a violência doméstica e o machismo. Todos os problemas vivenciados cotidianamente pelas mulheres são potencializados. E nesse sentido, a única alternativa para as mulheres trabalhadoras é lutar junto a sua classe contra os ataques dos patrões e governos, contra as demissões, a redução de salários e de direitos. Contra as múltiplas jornadas de trabalho, a violência doméstica, por creches e pela legalização do aborto. Pois somente a classe trabalhadora, particularmente as mulheres trabalhadoras podem ser consequentes nessa luta, pois as mulheres burguesas e as mulheres comprometidas com os governos neoliberais estão limitadas nessa luta. Pois é impossível defender as mulheres trabalhadoras sem romper com seus algozes.
O machismo na sociedade de classes é utilizado pela burguesia e pelos patrões para superexplorar a classe trabalhadora. Uma mulher que tem múltipla jornada de trabalho e ganha menos que um homem exercendo a mesma função, por causa do machismo, traz mais lucro para os patrões. Uma mulher que sofre violência doméstica tem sua vida, seu corpo e sua auto-estima destruídas, e é parte de um setor da classe trabalhadora que está mais desmoralizado perante o mundo, as pessoas e particularmente frente a necessidade de se organizar e lutar.Uma mulher que não pode decidir sobre seu próprio corpo, que não pode decidir se quer ou não ter filhos e que é criminalizada por fazer um aborto clandestino, serve burguesia que lucra com as clínicas clandestinas e ao governo, que não quer gastar um centavo com políticas públicas de orientação sexual , com hospitais decentes onde se possa fazer um aborto seguro, e não quer se enfrentar com esse poderoso negócio que faz o lucro de um setor da burguesia brasileira.
Todos os problemas vivenciados pelas mulheres servem para aumentar o lucro dos patrões e dos governos, serve manter e reproduzir o capitalismo. Por isso para fazer a luta feminista de forma consequente é preciso romper com os patrões, é preciso romper com os governos. Sem essa ruptura a luta será limitada aos horizontes dos interesses de nossos inimigos de classe.
Sendo assim para lutar contra a crise econômica, não basta simplesmente dizer que nós não pagaremos pela crise. Pois o fato é que nós mulheres trabalhadoras e nossa classe já está pagando com demissões e reduções salariais que são fruto da ação de governos como Lula, no caso brasileiro, que nada fez pelos trabalhadores, mas entupiu os bolsos dos patrões que estão demitindo, e mais parece um comentarista que um presidente, ao ficar lamentando de forma demagógica as demissões que estão ocorrendo sem tomar nenhuma medida efetiva em favor dos trabalhadores.E mesmo antes da crise já éramos vitimas da política petista que corta verbas dos programas de combate á violência contra a mulher, e que é cúmplice e omisso diante de situações como no Pará, onde a governadora petista Ana Júlia, é responsável pela prisão de mulheres em celas masculinas, tendo como caso de maior repercussão, o da menina de Abaetetuba, barbaramente violentada.
E fruto também dos dos acordos rebaixados e da entrega de nossos direitos de bandeja para os patrões feita pelas centrais sindicais governista como CUT, Força Sindical e CTB, que ao estarem comprometidos com o governo e a conciliação de classes não hesitam em rifar a classe trabalhadora.
E são essas centrais sindicais, sindicatos a elas filiados, o PT partido do governo Lula, o PCdo B e PTB base de apoio do governo Lula que junto com a Marcha Mundial de Mulheres estão organizando em São Paulo um 08 de março governista, comprometido com o governo Lula.Que atrás do eixo:"Nós não vamos pagar pela crise", não diz que na realidade nós já estamos pagando e são responsáveis por isso O governo Lula, o governo Serra e Kassab.O capitalismo não é uma abstração, é sim em sistema de exploração que tem seus dirigentes que aplicam sua política, e no Brasil que o aplica é Lula, assim como em São Paulo são Lula e Kassab.
No ano de 2008 a Conlutas fez um esforço no sentido de construir um 08 de março unitário com a organização do 08 de março coordenada pela marcha mundial de mulheres, mas durante a reunião, ficou explícito o caráter do ato que a Marcha estava querendo construir. Enquanto a Conlutas compreendia que uma das principais batalhas das mulheres trabalhadoras era lutar contra os ataques que o governo pretende fazer através das reforma previdenciária, sindical e trabalhista, a MMM se colocava ao lado do governo, defendendo apenas algumas palavras-de-ordem genéricas. O eixo da organização governista é “igualdade, autonomia e soberania popular”. A Conlutas propôs, então, que se fizesse uma série de debates sobre o governo e as reformas para que depois, em conjunto, as organizações e entidades que participam da realização do 8 de Março decidissem. A direção da Marcha não aceitou sequer fazer a discussão sobre o tema governo. De forma burocrática e arbitrária, forçaram uma votação artificial, pois a maioria das organizações presentes era governista. E Este ano,mais uma vez, por traz de uma palavra de ordem genérica, se encontra uma política omissa em relação ao governo.
Por isso nesse momento, nós do Movimento Mulheres em Luta/Conlutas achamos fundamental construir um 08 de março classista, feminista independente dos patrões e governos.Lamentamos o fato de as companheiras do Psol e da intersindical estarem junto à organização do ato governista, pois são fundamentais na construção de um ato do tipo que queremos construir, junto e em defesa das mulheres de nossa classe.Todas e todos trabalhadores e aliados são fundamentais na construção desse ato.
Conlutas

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