BLOG DE VOLTA

Depois de algum tempo fora do ar, estamos de volta com mais atualizações.

Vejam as novidades

terça-feira, 31 de março de 2009

TEXTO E NOTÍCIAS SOBRE O ATO DO DIA 28 DE MARÇO




No dia do estudante, jovens ocupam cinema em defesa do direito à meia-entrada









Jorge Badauí, do Rio de Janeiro (RJ)
















Jorge Badauí
Saguão do Unibanco Arteplex ocupado pelos estudantes


• No dia em que é comemorado o Dia Nacional de Luta dos Estudantes, o movimento estudantil carioca promoveu uma importante ação na disputa para que os estudantes e trabalhadores não paguem pela crise. Mais de 300 estudantes, entre secundaristas e universitários, e diversas entidades do movimento estudantil ocuparam o salão do cinema Unibanco Arteplex em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação foi em protesto contra o Projeto de Lei 4571/2008, que restringe o direito à meia-entrada e estabelece a volta do monopólio das carteirinhas da UNE.

No momento em que a os efeitos da crise econômica mundial no Brasil desmentem a tese da “marolinha” de Lula, os empresários da cultura e do entretenimento fazem lobby para compensar a queda nos seus lucros para que seja aprovado um ataque ao histórico direito à meia-entrada. Se passar, a medida vai aprofundar ainda mais a exclusão cultural que sofre grande parte da juventude brasileira. Por isso, o movimento exige do Presidente Lula que vete o projeto.

Com um claro espírito de unidade, os estudantes presentes ocuparam o cinema por cerca de duas horas. Eles atraíram a atenção da imprensa, além da simpatia dos pedestres que passavam curiosos com o que acontecia no interior da casa. As palavras-de-ordem entoadas pelos jovens deixavam clara a disposição de luta que anunciava que o movimento em defesa da meia-entrada apenas começara: “por essa crise não vou pagar / a meia-entrada ninguém vai me tirar” e “ô Lula, eu vou cobrar / a meia-entrada não pode acabar”.

Para ir a fundo na unidade da luta, a UNE deve abrir mão do monopólio de suas carteirinhas
Uma polêmica, no entanto, ficou expressa nas faixas e intervenções dos ativistas e das entidades. Apesar de se posicionarem contra a restrição da meia-entrada, a UNE e a UBES defenderam com firmeza a volta do monopólio de suas carteirinhas como documento necessário ao benefício aos estudantes.

“Entendemos que o monopólio das carteirinhas da UNE e da UBES significam, sobretudo, uma outra forma de restrição ao direito. Ou por que os empresários estariam interessados? Hoje, com qualquer documento estudantil de seu curso ou colégio o estudante pode pagar meia nos cinemas. Além de dificultar a aquisição do documento, trata-se do interesse dos patrões de aumentar a arrecadação de uma entidade totalmente corrompida pelo governo e que em nada mais tem a ver com a luta dos estudantes”, disse Rafael Nunes, do DCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), resumindo a polêmica.

“Necessitamos muito da unidade neste momento, o que significa lutar junto com todos que estão contra a restrição do direito. Mas para ir a fundo nessa luta e garantir a unidade, achamos que a UNE deve abrir mão do monopólio das carteirinhas. Essa posição, além de equivocada e voltada unicamente ao seu próprio interesse, fortalece um dos argumentos dos empresários interessados na restrição”, falou Camila Lisboa, da Comissão Organizadora do Congresso Nacional dos Estudantes, durante o ato.

No dia 30 de março, Dia Nacional de Luta contra as demissões, o movimento participou, numa coluna própria, do ato unitário com os trabalhadores. Ao final da ocupação do cinema, palavras-de-ordem também firmaram o compromisso dos estudantes presentes em fortalecer a manifestação nacional: “o estudante que quer cultura / no dia 30 vai botar a cara na rua!”, cantavam em clima de vitória os manifestantes.



Estudantes participam de manifestação contra cota de 40% para meia-entrada


Plantão Publicada em 28/03/2009 às 15h30m


RIO - Cerca de 300 estudantes participam na tarde deste sábado de um protesto contra o projeto de lei que restringe o benefício da meia-entrada a 40% dos ingressos de eventos culturais e esportivos. A manifestação acontece em frente e no hall de entrada do cinema Unibanco Arteplex, na Praia de Botafogo. Eles fazem parte de um grupo chamado Fórum da Meia-entrada, que reúne estudantes de todo o estado contrários ao projeto. Aprovado pela Comissão de Educação do Senado em novembro do ano passado, o projeto de lei ainda precisa ser aprovado pela Câmara, sem alterações, antes de ser sancionado pelo presidente Lula.




Estudantes protestam no cinema contra a restrição da meia-entrada


Ricardo Schott, JB Online



RIO - Nada mais adequado para uma tarde de sábado em que um dos filmes de maior destaque era justamente Che, de Steven Soderbergh, que revive o ícone revolucionário de Cuba, Ernesto Che Guevara. Por volta das 16h, cerca de 200 estudantes, entre secundaristas e universitários, ocuparam um cinema na orla de Botafogo, na Zona Sul, para protestar contra o projeto de lei 4571/2008, do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que restringe a meia-entrada em salas de espetácuilos em 40% do total de ingressos disponíveis para o local. Vários deles vestindo camisetas com o retrato do cubano. Alguns estudantes, ao discursar, chegaram a citar seu nome.


Organizada por uma série de grêmios e diretórios estudantis da cidade – com o auxílio de comunidades do Orkut e até de um blog (meia-entradasim.blogspot.com) – a manifestação foi pacífica. Alguns portavam bandeiras de partidos como PSTU e PSOL e protestavam contra o presidente Lula e os “governistas”.


– Conversamos com a gerência e com a polícia para garantir que seria tudo pacífico – afirmou Kenzo Soares, estudante de comunicação da UFRJ.


O ato ainda será seguido de uma passeata contra a restrição da meia-entrada, nesta segunda-feira, às 14h, na Candelária. E de outras manifestações em demais cinemas e teatros, ainda não definidos.


– Começamos aqui por ser um cinema de rua. Além disso, também protestamos contra a má distribuição das salas pela cidade. Só neste bairro há cinco cinemas – disse o estudante de economia da UFRJ Allan Nefempier.


Outro alvo dos protestos era a restrição da aceitação de carteirinhas apenas da União Nacional dos Estudantes e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – o que garantiu a presença de entidades como a UEE (União Nacional dos Estudantes) ao lado das oficiais.


A paz foi garantida durante as quase três horas que a manifestação durou. Mas muitos reclamaram do barulho provocado pelos protestos. Gerente do cinema ocupado, Marilia Pavão foi chamada às pressas em casa por causa da manifestação. Foi ela quem conversou com os estudantes, além de chamar a polícia. Mas reiterou que foi um ato pacífico.


– Só que tive de pedir que se retirassem do cinema. Não conseguimos nem vender os ingressos de uma das salas por causa deles. Surtiria mais efeito se fossem protestar na frente dos políticos – disse Marília, comandando a equipe que, após o ato, limpou as portas de vidro do cinema, repletas de adesivos fixados por alguns estudantes, além de rabiscos.








FONTES SITES - O GLOBO E JB ONLINE.





segunda-feira, 23 de março de 2009

ATO DIA 30 E 28 DE MARÇO



NA PRÓXIMA SEMANA ESTARÃO ACONTECENDO DUAS IMPORTANTES MANIFESTAÇÕES EM DEFESA DA MEIA ENTRADA. NO SÁBADO, ESTAREMOS FAZENDO UM ATO EM ALGUM CINEMA DA ZONA SUL DO RIO. NA SEGUNDA, DIA 30, NAS RUAS DO CENTRO PROTESTANDO E PRESSIONANDO O GOVERNO PARA QUE NÃO APROVE O PROJETO DA RESTRIÇÃO DA MEIA ENTRADA.
ACIMA VEJA O CARTAZ E PANFLETO UNITÁRIO

A Meia-entrada é um direito histórico à arte e cultura!


A Meia-entrada é um direito histórico à arte e cultura!

Restrição não será permitida por aqueles que ocuparam reitorias por todo o Brasil!

Por Luisa – CAMMA UFRJ(História) - Não Vou Me Adaptar IFCS

O Senado aprovou, no final de 2008, um projeto que visa restringir o direito à meia-entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, casas de show, etc. O projeto de lei está agora tramitando na Câmara dos Deputados (PL 4751/08), em caráter de urgência. Assim que aprovado, será necessária apenas a assinatura do presidente Lula para que entre em vigor esse que será um grande ataque à juventude brasileira e a um direito conquistado pelo movimento estudantil na década de 40.

O projeto consiste em restringir a 40% a quantidade de ingressos vendidos pela metade do preço (a estudantes e idosos) em todos os estabelecimentos culturais. Assim, se, por exemplo, uma sala de cinema tem 100 lugares, só 40 poderão ser vendidos por meia. Depois de uma árdua disputa entre estudantes e idosos pelos lugares, muitos ficarão de fora, e terão que pagar inteira ou desistir do programa. No entanto, se reduzir a 40% já vai nos prejudicar muito, é fácil perceber que o problema, na prática, vai ser ainda maior, pois ficaremos à mercê dos interesses dos donos dos estabelecimentos, e nada garante que eles vão de fato respeitar essa cota.

Além disso, o projeto contém outros pontos, todos no sentido da restrição do direito. Um deles libera os estabelecimentos da obrigatoriedade da venda de meia-entrada de todos os tipos de ingresso. Áreas ou cadeiras especiais, por exemplo, não estão incluídas na lei e não será obrigatória a venda de meia-entrada para elas. Brechas como essa abre precedentes para uma perda ainda maior de nosso direito.

Hoje podemos comprar ingressos pagando a meia-entrada apresentando apenas a carteira de nossa escola, faculdade ou curso, e sem pagar nada por isso, a partir da aprovação do PL, dependeremos da UNE e teríamos que pagá-la por isso como era antigamente. O projeto, portanto, além de restringir o direito à meia-entrada, dificulta também a forma com que os estudantes têm acesso a esse direito. Um outro grande problema é que agora uma entidade que nunca passa nas nossas salas de aula, defende os projetos do governo para a educação passaria a ter um aparato completamente desproporcional ao seu peso real na base enquanto movimento estudantil. É a volta da UNE “fábrica de carteirinha”.

Já deu para ver que se aprovada, essa lei vai afetar duramente a juventude brasileira. Hoje, já não é fácil poder freqüentar os eventos culturais em nenhum local do país. Os ingressos são sempre caros demais, e mesmo a meia-entrada é muitas vezes inacessível. A cultura se transforma cada vez mais em instrumento das empresas para ganhar dinheiro. Não há espaço nem incentivo para a juventude se expressar culturalmente de forma independente dos interesses do mercado. Assim como na difusão da cultura, a sua própria criação encontra-se na mão do empresariado. É a mercantilização de algo que deveria servir para a livre expressão de nossos sentimentos, anseios e reflexões. Agora então, uma parcela maior ainda dos jovens vai ser totalmente excluída desses espaços.

Se a cultura é hoje quase sempre regida pelos interesses do mercado, em um período de crise econômica os empresários do entretenimento estão mais ávidos que nunca em acabar com nosso direito à meia-entrada, para continuar lucrando mais e mais. Assim, atuam com seus lobbys no congresso para desferir mais esse ataque. Querem que a juventude pague por uma crise que ela não criou.

Frente a essa situação, cabe ressaltar a postura lamentável que vem tendo a União Nacional dos Estudantes. A entidade, apesar de ter se declarado contra a restrição dos 40%, esteve presente em toda a negociação do projeto. Seu objetivo é recuperar o monopólio sobre a emissão das carteirinhas, atividade que rende muito dinheiro à entidade. Esteve afastada das principais lutas estudantis dos últimos períodos, perdeu toda e qualquer independência em relação ao governo, e agora quer ganhar dinheiro em cima de nosso direito.

Estamos vendo um direito conquistado há cerca de 60 anos pelo movimento estudantil brasileiro ser ameaçado. A meia-entrada só foi conquistada porque estudantes lutaram há muito tempo, para que várias gerações pudessem ter acesso à cultura e ao lazer. Também nossa geração já mostrou que é possível vencer, ainda que o inimigo seja poderoso, quando travamos grandes e vitoriosas lutas por todo o país durante os últimos dois anos. A ocupação da reitoria da USP que derrotou os decretos do Serra, a conquista de dois bandejões na UFRJ, ntre outras vitória contra os ataques desferidos pelo governos e a grande vitória ideológica do movimento estudantil contra o REUNI. Mais uma vez, sabemos que só vamos conseguir garantir a meia-entrada através de nossa luta. Defender nosso direito, travando uma grande luta em todo o país, e exigindo de Lula que não sancione essa lei é a tarefa de todo o movimento estudantil combativo, que não mudou de lado, e não deixou de lutar.

quinta-feira, 19 de março de 2009

LUTA NA ESTACIO DE NOVA IGUAÇU

Ato reúne mais de 300 estudantes na Universidade Estácio de Sá - Nova Iguaçu

Por Amanda Moreira - UFRRJ

A Universidade particular Estácio de Sá, no município de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense-RJ) foi palco de uma grande mobilização estudantil no último dia 12, onde realizou-se um vitorioso ato com mais de 300 estudantes. Com faixas, apitos e palavras de ordem eles expressaram toda sua indignação com a falta de qualidade no ensino oferecida nesta instituição e se colocaram em luta contra as aulas teletransmitidas e on-line.

Estas aulas são transmitidas por um professor on-line para vários alunos de diversos campi ao mesmo tempo, por vídeo conferência. E para isso, os estudantes pagam o mesmo que pagariam por uma aula normal com professor presencial. Esta medida foi adotada pela instituição a partir de 2008, evidenciando mais uma medida dos grandes empresários da educação para jogar os efeitos da crise econômica nas costas da juventude.

Para manter seus altíssimos lucros, os empresários da educação irão aumentar mensalidades, contratar menos professores e empurrar mais aulas teletransmitidas.

Os estudantes da Estácio de Nova Iguaçu vem demonstrando o caminho da resistência contra os ataques colocados pela crise e apontando o caminho da luta. É possível derrotar mais esta medida e exigir uma educação de qualidade em todas as Universidades do país. Para isso, é fundamental que estudantes de Universidades privadas e públicas estejam juntos em um Congresso Nacional de Estudantes que dê um rumo e organize as lutas do movimento estudantil brasileiro.

Embraer precisa ser dos trabalhadores


Embraer precisa ser dos trabalhadores

A empresa se apresenta como uma empresa nacional. Chega a despertar o orgulho de muitos brasileiros. Afinal, é a terceira fabricante de aviões do mundo e a segunda responsável pelas exportações do país. Mas há muito que a empresa não é brasileira...

Em dezembro de 1994, uma batida de martelo concluiu a entrega de um patrimônio do povo brasileiro. Os 57 minutos de espera não foram suficientes para o preço subir. O lance de R$ 154,1 milhões foi apenas 0,3% maior do que o mínimo. E pago com “moeda podre”, com títulos da dívida pública comprados com deságio.

Poucos meses depois, a Embraer valia R$ 1,7 bilhão. Não foi uma valorização recorde. A empresa já valia mais. Ou seja, os compradores abocanharam uma empresa de 25 anos por um valor muito abaixo do real. Hoje, estima-se que o valor possa chegar a dez vezes mais – R$ 17 bilhões.

Apenas uma multinacional
Após a privatização, veio a entrega ao capital internacional. Apesar de o edital de privatização limitar em 40% a participação estrangeira, hoje mais de 50% das ações ordinárias estão em mãos internacionais. A entrega foi através de uma operação em que a Embraer transformou todo o capital em ordinário, permitindo que empresas de qualquer nacionalidade pudessem comprar as ações.

O governo, o BNDES e o fundo de pensão Previ, juntos, possuem quase 20% das ações. Mas não interferem, sequer para evitar as 4.200 demissões. Na prática, o controle está na Bolsa de Nova York e com fundos de investimentos norte-americanos, como o Janus Capital Management, o Oppenheimer e o Thornburg Investments. A Embraer foi entregue. Não é uma multinacional brasileira, como faz crer, e sim mais uma multinacional instalada aqui.

Elefantes
No início dos anos 1990, o governo apelou para a imagem de um elefante para simbolizar as estatais. A campanha convenceu parte da população. Uma ideia fundamental foi a de que o Estado não era capaz de administrar as estatais. Que estas eram lentas, pesadas, inchadas. Como elefantes. Era preciso a agilidade da iniciativa privada.

A outra ideia era a de que as estatais davam prejuízo. Logo, significavam um peso do qual Estado e sociedade deveriam se livrar. A privatização foi alcançada a partir dessa campanha. Na prática, subproduto da campanha ideológica que tomou conta do mundo, afirmando que o capitalismo havia triunfado no “fim da história”.

Os mesmos políticos burgueses que apadrinhavam parentes e manipulavam licitações amanheceram como implacáveis críticos das estatais. Os trabalhadores, sempre mantidos longe das decisões, foram apontados como privilegiados e preguiçosos. Na Embraer, em 1995, 3 mil perderam os empregos após a venda. Metade foi demitida pelas mãos do mesmo Francisco Curado, então vice-presidente responsável pela reestruturação.

Toda a propaganda sobre a competência e a capacidade das empresas termina de ruir agora, com a crise do capitalismo. Os patrões não são capazes de garantir suas empresas e a economia dos países. Com a sutileza dos elefantes, sacodem-se em desespero para manter seus lucros, pisoteando milhões de postos de trabalho.

Reestatização da Embraer
Grandes mentiras deixam marcas. Os trabalhadores do país perderam empresas estratégicas como CSN, Vale, Embraer e Usiminas. Todas altamente lucrativas. Até mesmo Ozires Silva, ex-presidente da Embraer que preparou a privatização, admite as mentiras. “Quando se diz que a Embraer só se tornou um sucesso depois de privatizada, que não era uma boa companhia como estatal, isso não é verdadeiro”, declarou ao jornal Vale Paraibano.

Atualmente, qualquer pesquisa de opinião indicará a repulsa às privatizações. Os trabalhadores as reprovam e tudo o que elas provocam: alta de preços, queda na qualidade dos serviços e demissões. Hoje, grande parte já apoia propostas de reestatização, como as levantadas por sindicatos.

A ideia da reestatização está muito longe de parecer absurda. No caso da Embraer, menos ainda. Os lucros são recordes, ano a ano. As encomendas de aeronaves superam as de 2008. Há recursos em caixa para manter todos os funcionários por dois anos, a ponto de os diretores terem dividido R$ 50 milhões entre si, como bônus.

Há plenas condições de manter os funcionários, inclusive reduzindo a jornada sem reduzir os salários. Mas a prioridade é o lucro: cerca de 60% do faturamento vai para os acionistas.

Os trabalhadores exigem do governo Lula uma medida concreta, impedindo as demissões. E querem também a reestatização da empresa sob controle dos trabalhadores. Não faz sentido o governo usar o dinheiro público, do BNDES, para os financiamentos. Na prática, a Embraer depende de dinheiro público. A ajuda do governo, inclusive através do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), já financiou mais de 500 aeronaves e investimentos.

Ao todo, R$ 19,7 bilhões foram liberados desde 1995. Dinheiro que, no fim das contas, serve para garantir o lucro dos acionistas da Embraer na Bolsa de Nova York, enquanto milhares são demitidos. Esse sim é o verdadeiro absurdo.

domingo, 8 de março de 2009

A juventude, a crise e o drama do desemprego





A juventude, a crise e o drama do desemprego


Pedro Curi
de São Caetano do Sul (SP)

• Bairro de Santo Amaro, São Paulo (SP), 9h15. Em frente a uma agência de emprego, está Bruno, 17 anos, a procura do primeiro emprego com carteira assinada. Umas dez cópias xerocadas do currículo, carteira de trabalho no bolso e um tanto de desânimo.

Desânimo porque esta rotina já é a mesma há mais de um ano. De semana em semana, de lá pra cá, batendo perna pela cidade atrás de emprego, sem ter resultados. Hoje, ao ler a manchete do jornal exposto na banca, desanimou-se mais ainda: “Crise econômica já afeta os possíveis empregos de fim de ano no comércio”.

Já numa grande cidade do interior Paulista, São José dos Campos, se encontra Magrão, jovem desprovido de excesso de peso e gordura, como se repara pelo apelido. Magrão, metalúrgico desde os 15 anos idade quando ingressou no Senai, tem 24 anos, mora junto com a noiva e uma filhinha de oito meses.

Eles moram numa casa nos fundos da de seus pais. Está tentando juntar uma grana pra dar entrada numa casa própria pela Caixa Econômica Federal. Financiada, é claro. Magrão, nos últimos meses, que nem ele mesmo costuma dizer, trabalhou igual a um burro de carga. Foi obrigado a cumprir excessivas horas-extras numa fábrica de autopeças.

Dá mesma maneira que Bruno, Magrão, ao chegar à fábrica, ouviu dos companheiros de trabalho a notícia de que a General Motors, principal compradora de peças da fábrica, está dando férias coletivas para os trabalhadores. E já rola na “Rádio Peão” que a empresa poderá demitir alguns funcionários.

Os dois personagens citados acima, como milhares de trabalhadores do país fazem a mesma pergunta:

– Será que essa crise nos afeta?

A crise econômica de fato chegou é já esta mostrando a sua cara. O assunto ainda é pouco entendido. Existe muita incerteza sobre as dimensões dessa crise no bolso do trabalhador.

O governo Lula tenta a todo o momento acalmar os trabalhadores dizendo que o Brasil está “mais forte” para enfrentar a crise. Porém as indústrias multinacionais instaladas no Brasil são, na grande maioria, americanas e européias. Essas sugam cada vez mais as riquezas produzidas por nós, para tentar salvar a economia de seus respectivos países.

A crise econômica está afetando muito o mercado brasileiro. Graças à desvalorização do Dólar em relação ao Real e à escassez de créditos, as vendas de veículos têm caído. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a diminuição na venda de veículos chegou a apresentar 13,8% em outubro, uma queda muito brusca.

Montadoras como GM, Volks, Fiat e Ford já anunciaram férias coletivas, e já se fala. Como diz um ditado muito conhecido, a corda sempre arrebenta no lado mais fraco.

As autopeças já começaram a demitir. Fábricas de São Paulo, ABC, interior paulista e de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná já se anteciparam e começam a fazer cortes de funcionários.

O que a juventude tem a ver com isso?
Aqui, porém, queremos tratar de um setor específico dos trabalhadores: a juventude. O desemprego juvenil, a cada mês atinge níveis alarmantes. Esse é o setor geracional da população que mais sofre no mundo do trabalho.

Mais da metade dos jovens brasileiros estão desempregados. Segundo pesquisas, o desemprego atinge cerca de 60,7% dos jovens do país. O número é alarmante. Essa massa de jovens e adolescentes tem esperanças de dias melhores, mas a estrutura do mercado de trabalho, a ganância dos patrões e o descaso dos governos destroem não apenas a esperança, como também a possibilidade imediata de sair dessa situação.

O desemprego juvenil é um dos graves problemas da sociedade. Problema esse não só enfrentado pelos jovens brasileiros. Segundo a ONU, temos hoje, no mundo, mais de 1 bilhão de jovens. Quase um quinto das pessoas com idade entre 15 e 24 anos tem de sobreviver com menos de um dólar por dia e quase metade vive com menos de dois dólares por dia.

Os jovens constituem um quarto da população economicamente ativa, porém representam metade do total de desempregados no mundo. As demissões, a reestruturação produtiva e oportunidades insuficientes para entrar no mundo do trabalho expõem os jovens a uma vida de desespero e miséria. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no mundo há cerca de 88 milhões de jovens na situação de desemprego, o que representa 45% do total de indivíduos desempregados no planeta, 195 milhões de trabalhadores.

Entre as causas do desemprego juvenil estão a reestruturação produtiva, a adoção de novas tecnologias como robótica, informatização da produção, políticas de gestão como Kaizen, 5S, Just Time, Kanban, Lean Manufacture etc. além de diversas formas encontradas pelos capitalistas de exploração da força de trabalho como trabalho informal, os contratos temporários, programas de estágio, banco de horas etc.

As duas últimas décadas transformaram o mundo do trabalho no Brasil, pois o desemprego voltou a ser um fenômeno de massa, ao mesmo tempo em que cresceu a precarização das condições de trabalho, em especial a ampliação do emprego informal. Os jovens passaram a ter dificuldades para ingressar e permanecer no mercado de trabalho. O desemprego entre os jovens se destaca como uma das características da transformação do mercado de trabalho brasileiro durante a década de 1990.

A crise econômica mundial
Vale salientar que, inclusive em períodos de crescimento econômico e de diminuição do desemprego total, o desemprego dos jovens não tem demonstrado tendência à queda, ou pelo menos não na mesma proporção que para a população adulta. Segundo a OIT, o crescimento econômico na última década foi puxado por um aumento de produtividade e não de postos de trabalho. Enquanto a taxa de produtividade cresceu 26% nos últimos dez anos, o número de empregos aumentou apenas 16,6%, afirmou a OIT.

Deste modo o discurso dos patrões e dos governos de que o desemprego é resultado da falta de formação não é verdadeiro, pois houve uma ampliação dos índices de escolaridade e têm-se, atualmente, os jovens mais qualificados de nossa história. Os patrões aproveitam os altos níveis de desemprego na juventude para aumentar as exigências tanto de qualificação, escolaridade e experiência profissional, o que torna mais difícil a conquista do primeiro emprego ou de um novo posto de trabalho.

Essa situação e os números de desemprego citados acima são expressões dos últimos anos no Brasil e no mundo. O que queremos alertar são as possíveis conseqüências de desemprego com a crise econômica que já nos assombra.

Muitas empresas já começam a demitir, férias coletivas estão sendo anunciadas nas principais empresas do país. Mesmo nessa época de fim de ano, o comércio já anunciou que haverá poucas contratações em relação aos outros anos e as que existirem terão poucas possibilidades de efetivação após o término do período de festas de fim de ano.

Alertamos e fazemos um chamado a todos os trabalhadores em especial a juventude, juntamente com os sindicatos e organizações da juventude, sejam elas estudantis, culturais e esportivas a nos organizarmos e prepararmos a luta contra o desemprego, que já é uma dura realidade a se agravar ainda mais com a crise econômica. Essa conta é dos patrões e não dos jovens trabalhadores. São eles que devem pagar pela crise. As demissões têm de ser respondidas com mobilizações e greves.

Os “Brunos” e “Magrões”, jovens desempregados e empregados devem lutar juntos contra a exploração capitalista e uma de suas principais doenças: o desemprego.

*“Radio Peão” é o apelido dado às conversas nos corredores das empresas entre os trabalhadores – notícias, fofocas, boatos – que são difundidos no ambiente de trabalho. Muito usado, principalmente, nas fábricas.

8 de Março - panfleto e cartaz do DCE Gestão 2008

Manifesto da CONLUTAS sobre o 8 de MARÇO




Mulheres em luta para que os ricos pagume pela crise
A conjuntura que se coloca hoje diante da classe trabalhadora, particularmente das mulheres trabalhadoras é bastante preocupante e tem trazido sérias consequências para as nossas vidas.
A evolução da crise econômica internacional confirma a hipótese de que pode realmente se transformar em uma depressão. E os governos não têm tomado outra medida a não ser aprovar pacotes bilionários de salvação de empresas e bancos, sem se preocupar com a miséria e o desemprego de nossa classe, que vem como consequência imediata.
No Brasil com o governo Lula, até agora, já foram dados ou anunciados trezentos bilhões para empresas, cento e sessenta bilhões para os bancos, oito bilhões para as montadoras de automóveis e cento e trinta bilhões do BNDES para grandes empresas. Diante do agravamento da crise, o governo anuncia quase que diariamente novas medidas para ajudar bancos e empresas. Além da liberação do compulsório para bancos, o governo também concede novas linhas bilionárias de financiamento para empresas. E enquanto isso os patrões impõem aos trabalhadores o desemprego e a redução de jornada com redução de salários, ao mesmo tempo em que o governo discute a possibilidade de o trabalhador sacar parte de seu Fundo de Garantia parar compensar uma eventual redução salarial. E já anunciou o corte de 32,7 bilhões no orçamento de 2009.
Para os patrões tudo, para as trabalhadoras e trabalhadores nada. Essa tem sido a política dos governos para “combater” a crise. Enquanto que a política de centrais sindicais como CUT, CTB e Força Sindical é negociar a entrega dos direitos e dos empregos da classe.
Nesse cenário, os setores oprimidos da classe trabalhadora são os que primeiro sofrem os efeitos da crise. No caso das mulheres, que já sofrem com o machismo e a exploração, com a dupla jornada, com salários inferiores, com a violência doméstica e muitos outros sofrimentos decorrentes da opressão machista e da exploração capitalista, com a crise são as primeiras a perderem seus empregos, pois na sua maioria já contam com contratos temporários, empregos precarizados e por serem uma mão de obra vista pelo capitalismo como inferior, algo que se reflete na desigualdade salarial.
O desemprego entre as mulheres já era maior mesmo antes da crise ser anunciada, com seu agravamento, aumenta a dependência econômica das mulheres em relação aos homens, o que aumenta a violência doméstica e o machismo. Todos os problemas vivenciados cotidianamente pelas mulheres são potencializados. E nesse sentido, a única alternativa para as mulheres trabalhadoras é lutar junto a sua classe contra os ataques dos patrões e governos, contra as demissões, a redução de salários e de direitos. Contra as múltiplas jornadas de trabalho, a violência doméstica, por creches e pela legalização do aborto. Pois somente a classe trabalhadora, particularmente as mulheres trabalhadoras podem ser consequentes nessa luta, pois as mulheres burguesas e as mulheres comprometidas com os governos neoliberais estão limitadas nessa luta. Pois é impossível defender as mulheres trabalhadoras sem romper com seus algozes.
O machismo na sociedade de classes é utilizado pela burguesia e pelos patrões para superexplorar a classe trabalhadora. Uma mulher que tem múltipla jornada de trabalho e ganha menos que um homem exercendo a mesma função, por causa do machismo, traz mais lucro para os patrões. Uma mulher que sofre violência doméstica tem sua vida, seu corpo e sua auto-estima destruídas, e é parte de um setor da classe trabalhadora que está mais desmoralizado perante o mundo, as pessoas e particularmente frente a necessidade de se organizar e lutar.Uma mulher que não pode decidir sobre seu próprio corpo, que não pode decidir se quer ou não ter filhos e que é criminalizada por fazer um aborto clandestino, serve burguesia que lucra com as clínicas clandestinas e ao governo, que não quer gastar um centavo com políticas públicas de orientação sexual , com hospitais decentes onde se possa fazer um aborto seguro, e não quer se enfrentar com esse poderoso negócio que faz o lucro de um setor da burguesia brasileira.
Todos os problemas vivenciados pelas mulheres servem para aumentar o lucro dos patrões e dos governos, serve manter e reproduzir o capitalismo. Por isso para fazer a luta feminista de forma consequente é preciso romper com os patrões, é preciso romper com os governos. Sem essa ruptura a luta será limitada aos horizontes dos interesses de nossos inimigos de classe.
Sendo assim para lutar contra a crise econômica, não basta simplesmente dizer que nós não pagaremos pela crise. Pois o fato é que nós mulheres trabalhadoras e nossa classe já está pagando com demissões e reduções salariais que são fruto da ação de governos como Lula, no caso brasileiro, que nada fez pelos trabalhadores, mas entupiu os bolsos dos patrões que estão demitindo, e mais parece um comentarista que um presidente, ao ficar lamentando de forma demagógica as demissões que estão ocorrendo sem tomar nenhuma medida efetiva em favor dos trabalhadores.E mesmo antes da crise já éramos vitimas da política petista que corta verbas dos programas de combate á violência contra a mulher, e que é cúmplice e omisso diante de situações como no Pará, onde a governadora petista Ana Júlia, é responsável pela prisão de mulheres em celas masculinas, tendo como caso de maior repercussão, o da menina de Abaetetuba, barbaramente violentada.
E fruto também dos dos acordos rebaixados e da entrega de nossos direitos de bandeja para os patrões feita pelas centrais sindicais governista como CUT, Força Sindical e CTB, que ao estarem comprometidos com o governo e a conciliação de classes não hesitam em rifar a classe trabalhadora.
E são essas centrais sindicais, sindicatos a elas filiados, o PT partido do governo Lula, o PCdo B e PTB base de apoio do governo Lula que junto com a Marcha Mundial de Mulheres estão organizando em São Paulo um 08 de março governista, comprometido com o governo Lula.Que atrás do eixo:"Nós não vamos pagar pela crise", não diz que na realidade nós já estamos pagando e são responsáveis por isso O governo Lula, o governo Serra e Kassab.O capitalismo não é uma abstração, é sim em sistema de exploração que tem seus dirigentes que aplicam sua política, e no Brasil que o aplica é Lula, assim como em São Paulo são Lula e Kassab.
No ano de 2008 a Conlutas fez um esforço no sentido de construir um 08 de março unitário com a organização do 08 de março coordenada pela marcha mundial de mulheres, mas durante a reunião, ficou explícito o caráter do ato que a Marcha estava querendo construir. Enquanto a Conlutas compreendia que uma das principais batalhas das mulheres trabalhadoras era lutar contra os ataques que o governo pretende fazer através das reforma previdenciária, sindical e trabalhista, a MMM se colocava ao lado do governo, defendendo apenas algumas palavras-de-ordem genéricas. O eixo da organização governista é “igualdade, autonomia e soberania popular”. A Conlutas propôs, então, que se fizesse uma série de debates sobre o governo e as reformas para que depois, em conjunto, as organizações e entidades que participam da realização do 8 de Março decidissem. A direção da Marcha não aceitou sequer fazer a discussão sobre o tema governo. De forma burocrática e arbitrária, forçaram uma votação artificial, pois a maioria das organizações presentes era governista. E Este ano,mais uma vez, por traz de uma palavra de ordem genérica, se encontra uma política omissa em relação ao governo.
Por isso nesse momento, nós do Movimento Mulheres em Luta/Conlutas achamos fundamental construir um 08 de março classista, feminista independente dos patrões e governos.Lamentamos o fato de as companheiras do Psol e da intersindical estarem junto à organização do ato governista, pois são fundamentais na construção de um ato do tipo que queremos construir, junto e em defesa das mulheres de nossa classe.Todas e todos trabalhadores e aliados são fundamentais na construção desse ato.
Conlutas

sábado, 7 de março de 2009

Reunião para discutir "Choque de ORdem" e a luta dos Movimentos Sociais



Acima, panfleto do Ato contra o Choque de Ordem, e abaixo mensagem da conlutas chamando para reunião para discussão sobre o tema.


O GT de Negros e Negras da Conlutas está participando dessas iniciativas abaixo. Nosso objetivo é organizar um Gt de Movimentos Sociais que possa dar sequência a luta em defesa dos Movimentos Soci
ais, por moradia e contra o "choque de ordem" da prefeitura do Rio. Infelizmente, ontem perdemos mais um companheiro na luta por moradia, o Pepé (Ocupação Terra do Sol). É preciso lutar em defesa de nossa organização e contra os ataques dos governos e patrões contra a classe trabalhadora. Com a crise financeira mundial, os ricos vão querer que os trabalhadores paguem por ela. Não vamos pagar pela crise!
Participe da reunião que faremos para discutir "choque de ordem" e as lutas dos movimentos sociais.
Reunião 10/03
18 horas
Sede da Conlutas RJ - Teotônio Regadas, 26 - 602 - Lapa
Maiores informações: 25091856 / 87701099 (Julinho)
GT de Negros e Negras
da Conlutas RJ

Contador de visitas Saúde

Confira aqui o novo vídeo do Não Vou Me Adaptar!